E começa mais um dia.
Está quente
O sol ja bate na janela
No parapeito respiram as violetas
o delicioso aroma da manhã.
Está claro,
Os raios do sol estão brigando pelas frestas da janela
Começam a iluminar o meu esconderijo.
Não!
Não podem me ver assim.
Não posso me expôr tão pura e simplesmente eu.
Levanto da cama,
Bebo água
Me aprumo,
Me disfarço.
Pronto! Agora pode olhar pra mim
Não sou mais eu, sou uma personagem,
Cheia de maquiagens de paetês.
Me sinto disfarçada, protegida.
Encorajada para descobrir o mundo.
Passa o dia
Como todos os dias.
Passa o dia
E já estou esgotada!
Chega desse circo. Cansa!
Hora de fechar a janela
Ver a luz da doce lua invadir novamente as frestas da janela.
Já posso voltar a ser eu
Sem desfarces, sem paetês,
Sem o batom que dá brilho aos meus lábios rosados.
Mas, ao olhar para o espelho,
já não consigo enxergar quem eu gostaria.
Esfrego os olhos,
utilizo todas as minhas forças
Mas ela não está lá.
Há quanto tempo será que ela se perdeu?
Só queria conseguir encontrar a menina feliz.
Aquela do sonho cor de rosa
Que vivia em um mundo cheio de contos
Cheio de violetas rosas e lilás
Que refletiam a luz do sol na sua janela.
Antes aberta,
Sem medo de ser ela mesma!